Na noite escura
Um som ouviu-se
Um grito ecoou
Um corpo caiu
Olhos fixos
O sangue manchando o chão
O corpo estendido
Um ferimento numa de suas mãos
Os olhos não tinham vida
Não como antes tiveram
Eram olhos frios
Olhos vazios
Olhos que aqui jamais estiveram
O corpo estendido
As mãos abertas
Uma tentativa de viver
Uma atitude incerta
Num dos dedos
Um pequeno anel dourado
Um laço intocável
Que agora fora quebrado
Seus cabelos estavam desgrenhados
Cabelos ruivos
Avermelhados
Estendidos sobre a calçada
Pareciam pegar fogo
Chamas que a chuva não poderiam apagar
Chamas ardentes
Que jamais deixariam de queimar
A pele branca
Jamais deixaria de ser
O rosto perfeito
Não teriam marcas ao envelhecer
A boca entreaberta
A voz era-lhe bela
Uma característica sua
Um dom dado a ela
E naquela calçada fria
Sua vida havia lhe sido tirada
Seus sonhos foram levados
Seu futuro roubado
E os olhos fixos
Fixos no além
Vazios olhos azuis
Que jamais voltariam a fitar alguém
Friday, 26 October 2007
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